AGenZia investigou as principais causas que sustentam a cultura da automedicação e o papel de médicos e farmacêuticos no uso indevido de remédios
Por Catharina Scala, Paola Costa, Larissa Penido, Isabelle Machado, Isabela Salomão e Enzo Rocha Santos
O23 de abril de 2021 jamais vai ser apagado da memória de Isabela Munhoz. Foi naquele dia que ela entrou em coma por ingerir produtos sem prescrição médica. Durante oito dias, ela lutou contra a morte. O “medicamento” Vivendo e Emagrecendo, na época uma febre entre blogueiras que propagandeavam o produto, é hoje proibido pela Anvisa. Isabela imaginava que tomando uma substância vendida como “natural” não correria risco algum.
A Abifarma (Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas) estimou que a cada ano, 20 mil brasileiros morrem por conta do uso indevido de medicamentos. O dado, de 2006, continua sendo referenciado por especialistas para dar uma dimensão da gravidade do problema. Segundo o estudo, pelo menos 77% da população já teve o hábito de se automedicar como prática rotineira.
O que leva alguém a se automedicar?
Uma das principais motivações levadas em conta para a automedicação é a precariedade do sistema público de saúde, como observado no artigo escrito por Janeth de Oliveira Silva Naves e colaboradores, publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva, que leva o nome“Automedicação: uma abordagem qualitativa de suas motivações”. De acordo com o artigo, as longas filas enfrentadas para sequer ter uma consulta, o atendimento superficial e frio acabam criando obstáculos entre o paciente e seu tratamento. Foi observado que a necessidade de uma resposta imediata acaba fazendo com que os pacientes recorram ao uso sem prescrição de remédios, numa forma de alcançar o que o pesquisador brasileiro Fernando Lefèvre se referiu como “saúde imediata”. Ao se respaldar em informações da internet, muitas vezes as pessoas não ficam cientes dos possíveis riscos desse uso, das dosagens corretas e até mesmo terem diagnósticos apropriados aos sintomas relatados.
Os brasileiros sentem falta de humanização no atendimento médico, como visto no relato de um dos entrevistados para o estudo: “Às vezes, a gente é muito, nos hospitais públicos, nós somos muito maltratados, até mesmo pelos médicos”. Esse problema é mais presente na rede pública, o que seria, de acordo com a opinião pública, consequência direta da ineficácia e sobrecarga do sistema de saúde; de acordo com pesquisa do Datafolha, 90% da população brasileira está insatisfeita com o sistema de saúde, tanto na área privada quanto a pública, qualificando-o como ruim, péssimo ou regular. Nessa pesquisa, conduzida pelo Conselho Federal de Saúde, foram enfatizados os problemas de acesso enfrentados no Sistema Único de Saúde (SUS), que abrangem desde as dificuldades encontradas para marcar uma consulta médica até as longas filas enfrentadas para atendimento.
Hospital público fazendo alusão aos problemas enfrentados na rede pública de saúde. (Foto: Eriel Ezequiel Reyes Saviñon/ Unsplash)
A sociedade brasileira tem a concepção de que o remédio é a parte central das práticas de saúde, o que acaba tornando essa em mercadoria, supervalorizando o papel dos medicamentos para se ter uma vida saudável e esquecendo do papel individual nesse processo. A indústria farmacêutica se constroi em cima dessa mercantilização da saúde, descrita pela pesquisadora Janeth como uma transformação dos medicamentos pela lógica capitalista de mercado, lucrando em cima das expectativas construídas pelos pacientes sob os remédios, e muitas vezes se isentando das possíveis consequências dos danos causados pela venda facilitada de medicamentos que deveriam ser melhor controlados e explicados previamente ao seu uso. Um exemplo disso é o desvio do uso de Clembuterol, substância desenvolvida como broncodilatador para tratar asma em animais, mas que vem sendo usada como anabolizante, em especial por fisiculturistas, que buscam a queima rápida de gordura ao se prepararem para as suas competições.
Alta quantidade de medicamentos e os perigos do desvio do seu uso. (Foto: Volodymyr Hryshchenko/ Unsplash)
Nesse contexto do uso inadequado de Clembuterol, observa-se, muitas vezes, que a automedicação ocorre por uma insatisfação do indivíduo com o próprio corpo e a busca por resultados rápidos, e que este, por querer um caminho fácil, não se consulta com profissionais especializados. Segundo Renata Soares, nutricionista especialista em emagrecimento e hipertrofia, muitos atletas com sequelas, como trombose, causadas pelo uso indevido de medicamentos já a procuraram após campeonatos de fisiculturismo por conta dessa decisão feita para acelerar e efetivar o ganho de massa muscular. Além disso, pessoas comuns, que não competem e nem trabalham na área do esporte, também se consultaram com ela após o uso de medicamentos com o objetivo de acelerar o processo de emagrecimento, levando ao consultório relatos de anorexia e bulimia, o que fez com que a profissional reforçasse a importância de acompanhamento de psicólogo e nutricionista no processo de “dietas”.
O uso indiscriminado de medicamentos pode levar à resistência antimicrobiana, alergia, intoxicação, efeitos colaterais adversos, dependência, retardar e agravar diagnósticos e agravar doenças como as cardiovasculares, visto que algumas fórmulas causam descompensação pressão arterial, fator de risco importante o acidente vascular cerebral (AVC). Apesar disso, de acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) feito em 2022 revelou que 89% das pessoas se automedicam no Brasil, tendo um crescimento de 13% desde 2014. Além de não possuir eficácia comprovada para fins estéticos, o Clembuterol não é aprovado pela Anvisa para o uso humano, o que faz a médica Soares alertar sobre os riscos reais da substância, ou seja, os efeitos colaterais, como taquicardia, hipertensão ou até mesmo a fatalidade.
O novo dilema das prescrições: a medicina e a farmácia em disputa
O curso de Farmácia é voltado para o estudo de medicamentos e suas composições. E, além de um mercado de trabalho em laboratórios clínicos e farmácias, os farmacêuticos desempenham um papel fundamental na saúde pública. Desde 2024, os farmacêuticos estão tentando obter judicialmente a autorização para prescrever certos medicamentos, focando naqueles que são denominados de MIPs – medicamentos isentos de prescrição, como suplementos alimentares (algumas vitaminas autorizadas como alimentos), medicamentos dinamizados e os de notificação simplificada.
No entanto, a recente tentativa do Conselho Federal de Farmácia (CFF) de autorizar farmacêuticos a prescreverem medicamentos foi suspensa pela Justiça Federal do Distrito Federal. De acordo com matéria publicada no portal Consultor Jurídico, essa tentativa do CFF trouxe de volta uma antiga batalha judicial entre médicos e farmacêuticos. A Lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/2013), criada em 2013, determina que o diagnóstico de doenças e a prescrição de medicamentos são atos exclusivos dos médicos. Ou seja, prescrever um remédio requer avaliação clínica completa que apenas competeria ao médico realizá-la.
Atualmente, as farmácias se tornaram uma alternativa acessível e rápida para buscar tratamentos, sendo cada vez mais priorizadas em detrimento da consulta médica, com 25% dos brasileiros buscando serviços clínicos, como testes e exames, em farmácias ao invés de marcar uma consulta médica, como revelado por um estudo do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico. A lógica seguida parece ser a de que o mesmo atendimento seria dado em ambos os lugares, com apenas uma conversa breve sobre os sintomas e a prescrição de um medicamento. Porém, é importante não perder de vista as ambições lucrativas desse tipo de local e a falta de uma orientação mais detalhada sobre o consumo e os efeitos colaterais do remédio, o que fortalece a ideia de que somente médicos deveriam prescrever medicamentos.
Estoque de medicamentos que exigem receitas para a compra. (Foto: Árpad Czapp/Unsplash)
A farmacêutica Nathalia Cáceres afirma que “A aprovação valorizaria o profissional farmacêutico, porém ao mesmo tempo, prescrever medicamentos é algo complexo, pois exige conhecimento sobre a doença, análise de exames, o que um farmacêutico de drogaria não estaria apto e não teria ferramentas para fazer. Acho válido apenas aos profissionais habilitados pós graduados e para medicamentos específicos”. Isto é, as competências de um farmacêutico nem sempre coincidem com as condições necessárias para uma prescrição ideal ao caso.
Já Paula Vega, médica nutróloga, teme que a recente tentativa de permitir que farmacêuticos prescrevam medicamentos possa aumentar o risco de automedicação e o uso incorreto de fármacos. Afinal, “O médico estuda as doenças em sua profundidade. A medicina e a farmácia devem andar juntas e não separadas, são áreas que se complementam”, afirma. A preocupação é que a medida leve mais pessoas à automedicação, já que alguns pacientes podem ir à farmácia em vez de consultar um médico, comprometendo o diagnóstico e o tratamento correto. Muitos pacientes não têm pleno entendimento dos riscos de interações medicamentosas ou das dosagens corretas, o que exige um acompanhamento especializado.
Relação importante entre médico e paciente. (Foto: Cottonbro Studio/ Pexels)
Um estudo de revisão na Research, Society and Development aponta que erros na prescrição e administração de medicamentos são comuns em ambientes hospitalares. Fatores como a dificuldade em ler as prescrições e falhas na comunicação entre os profissionais de saúde contribuem para esses problemas, que podem dar brecha para o início da automedicação. O estudo ressalta a importância de implementar ações focadas na melhoria contínua da segurança do paciente.
O uso de fármacos no âmbito da psiquiatria
Por haver um estigma grande quanto a consultas com profissionais da saúde mental e a ideia de transtornos psicológicos de modo geral, muitos pacientes optam por identificar os próprios sintomas e simplesmente vão à farmácia comprar um remédio para aquilo que está sentindo, seja ansiedade, depressão, etc. O que acontece, em muitos casos, é o uso de medicamentos incorretos pela impossibilidade de acesso aos ideais. No caso de sintomas depressivos, por exemplo, seria necessário o consumo de uma medicação tarja preta, entretanto, sem o acompanhamento de um médico, não é possível comprá-lo, o que leva ao consumo de remédios de mais fácil acesso, como a ritalina ou a sertralina.
De acordo com a psiquiatra Jade Scazufka Machado, uma das principais motivações que levam as pessoas a iniciarem um processo de automedicação neste âmbito é a necessidade de encontrar uma “cura” rápida para os sentimentos negativos. “Se eu estou sofrendo, eu quero uma solução. E se eu posso ir na farmácia e já comprar alguma coisa rápido, eu vou fazer isso, porque de repente ‘eu não sou louco para ir num psiquiatra. […] as pessoas não são loucas, as pessoas estão sofrendo.” A normalização do hábito da automedicação pode levar a consequências graves, as quais não são de conhecimento geral. “O auge é ocasionar uma morte, ou ocasionar, dependendo do medicamento, dependência química, ou camuflar sintomas, (…) reações anafiláticas” afirmou a psiquiatra.
Hoje em dia, com o uso constante das redes sociais, outro problema que agrava esse hábito de automedicação é a supervalorização do discurso de influenciadores digitais. Apesar de duvidosas, falas significativas são levadas em consideração e aceitas como se tivessem sido pronunciadas por autoridades do assunto. Quem consome conteúdo produzido por influencers aceita facilmente o que eles dizem, e isso faz com que não verifiquem a verdade em outras fontes. Ainda segundo isso, Jade afirma: “Você não pode prescrever por redes sociais, mas você pode divulgar um método pseudocientífico, falácias, psicoterapias, que pode ser tão prejudicial ou mais que uma medicação tomada inadequadamente.”
As redes sociais e seu impacto no hábito da automedicação.(Foto: Pixabay/ Pexels)
Tendo os anabolizantes como psicoestimulantes muito utilizados nos dias de hoje por pessoas que frequentam a academia e procuram ter uma evolução mais rápida, é possível ver muitos casos de pessoas que utilizaram deles e acabaram tendo efeitos colaterais negativos. “Indivíduos que já tem um perfil mais irritado, agressivo, impaciente, reativo, se usam esse tipo de substância, podem exacerbar esses sintomas. […] se ele (o paciente) tem algum fundo de base, algum transtorno psiquiátrico, não é todo mundo, mas falando de quem tem essa vulnerabilidade, o anabolizante pode intensificar sintomas que estavam escondidos”, afirma a psiquiatra. Assim, a avaliação psiquiátrica se mostra como a única maneira de estabelecer a maneira correta de se tratar qualquer sintoma psicológico.
Algo também muito comum e problemático é o uso, ou a busca, de outros remédios psicoestimulantes, voltados para pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), por estudantes jovens que sentem a necessidade de melhorarem a sua performance acadêmica. Entretanto, no caso do uso desse tipo de medicamento (Ritalina, Venvanse, por exemplo) sem ter o transtorno específico, é possível ter reações de taquicardia, despertar uma parada cardíaca em casos de pessoas que têm erro de condução cardíaca (e muitas vezes não o sabem). As consequências são diversas, variando de sequelas físicas, como desconforto intenso, a ficar estimulado num nível de perder a crítica, ficando impulsivo, com compulsões, ansiedade, insônia.
A psiquiatra Jade exemplifica da seguinte maneira:
“Se eu uso de uma maneira inadequada, por exemplo, um benzodiazepínico, que é clonazepam, diazepam, vai ter um prejuízo cognitivo com certeza. Se eu uso um psicoestimulante, com a intenção de aumentar minha produtividade, e eu nem tenho TDAH, eu vou ter uma falsa sensação de que eu estou mais produtivo […], mas se vamos ver na prática, o que ele está produzindo? […] O que ele melhorou? Nada, na verdade ele está até mais desorganizado, porque fica com mais inquietação mental, com mais impulsividade.”
Jade Scazufka Machado. Profissional da saúde mental que enfrenta a cultura da automedicação. Foto: Enzo Rocha/ Acervo Autoral.
Algumas dessas medicações podem até vir a causar dependência química e, consumindo-as sem o acompanhamento médico, pode ser criado um vício muito complexo de se abandonar, tornando-se necessário um processo de desmame para que seja possível retomar à vida sem utilizar tais remédios.
Além de existir chance de causar novos transtornos ou piorar aqueles já existentes, o uso incorreto de medicamentos na intenção de tratar sintomas que teriam vindo de distúrbios mentais pode servir como uma máscara que disfarça os fatores que tornam possível um diagnóstico profissional de maneira adequada. Também há grandes riscos de, por falta de conhecimento a respeito de uma determinada medicação, a pessoa que estiver utilizando da medicação não compreender o que não deve ser feito e acabar consumindo, por exemplo, bebidas alcoólicas e drogas, o que pode acarretar sintomas extremos como alucinação e psicose.
A automedicação pode agravar questões de transtornos mentais justamente pelo fato da pessoa não saber a especificidade do que se precisa tomar, além disso, a médica psiquiatra Jade afirma: “Outras áreas médicas podem interferir em pacientes psiquiátricos prescrevendo algo, por exemplo, um inibidor de apetite, que pode interferir em condições psiquiátricas gerais.” Nesse sentido, se torna vital discutir as novas mudanças quanto às prescrições médicas envolvendo médicos e farmacêuticos, já que fazem parte de áreas que têm o poder de agravar esse problema.
Medidas a serem tomadas para combater esse uso inadequado
A farmacêutica Maria Eugênia Aquarone Salzstein comentou sobre as medidas que já existem para impedir que a automedicação aconteça, e acredita que nem todas são de fato eficientes. De acordo com ela, o processo de fiscalização sob o controle da venda de medicamentos é bem rigoroso, existindo uma separação entre receituários, o branco, que é o padrão, em que é válida apenas a versão original da receita, validade essa que é de 30 dias, sendo o maior alvo de tentativas de falsificação. Contudo, as receitas falsas não têm muito espaço nos procedimentos envolvendo as receitas: “A farmácia tem que receber as notificações originais para poder vender ou manipular o medicamento, […] sem a (receita) original você não pode vender o medicamento.” afirmou a farmacêutica.
Maria Salzstein explicou que a Anvisa tem regras rígidas a serem seguidas pelas farmácias, “Toda farmácia tem que mandar um balanço mensal, trimestral e anual para a Anvisa de todos os medicamentos controlados que foram vendidos”, e que podem levar o local a ser fechado caso os números do levantamento feito pela Anvisa, que leva em conta as receitas presentes no local e compara a diferença entre estoque e vendas, não coincidam.
A responsabilidade de aceitar ou não a venda sem prescrição recai sobre o farmacêutico, e um dos maiores desafios contra a automedicação é conscientizar os profissionais da saúde a não cederem ou venderem receitas. A Lei nº 14.912/2024, de julho de 2024, determina que campanhas permanentes de conscientização contra a automedicação sejam realizadas, a fim de diminuir esse hábito.
A farmacêutica sugere campanhas na rede pública e em farmácias para as pessoas entenderem de fato o risco corrido ao se automedicar, por meio de panfletos, folhetos e cartilhas, como os já existentes sobre doenças, que combatessem a desinformação que cerca esse hábito, “Eu acho que isso (a distribuição de folhetos e cartilhas) seria uma boa forma (de conscientização), atingindo todas as classes sociais. Nas farmácias, nas drogarias e na rede pública de saúde, bem como em hospitais.” No entanto, ela acredita que, aliada às campanhas, deveria haver a explicação por um profissional da saúde sobre o medicamento, logo após a entrega dos panfletos ou folhetins. “Às vezes é melhor uma conversa do que um panfleto”, afirmou a farmacêutica.
Métodos de conscientização sobre saúde para o público. (Foto: Pavel Danilyuk/ Pexels)
Na era da tecnologia, milhares de informações são compartilhadas a todo minuto, e as fake news, que cresceram muito no âmbito da saúde durante a pandemia do Covid-19, têm contribuído muito para o fortalecimento dessa prática pelos brasileiros. “Uma fake news sobre política pode eleger um governador, um presidente. Na medicina, a fake news pode matar. É a vida da pessoa que está em risco, diretamente. No começo da epidemia alguém falou que tomar álcool gel seria uma boa ideia e logo depois nós vimos mortes no Irã por causa dessa fake news”, lembra Arnaldo Lichtenstein, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para matéria concedida ao portal Terra. Levando isso em conta, se faz vital combater a automedicação informando e educando a população quanto ao uso correto dos medicamentos, visto que até os mais jovens, como Isabela Munhoz, estão suscetíveis à desinformação e a falsas “autoridades”.
Refletindo sobre o que passou ao auge dos seus 20 anos, Isabela diz se sentir lesada, visto que, por acreditar nas promessas feitas por influenciadores de que o remédio seria “natural” e não haveriam riscos, ela ignorou os sinais, os calores excessivos, tonturas e dores de cabeça, que só se iniciaram depois de começar a usar o medicamento, ficando cada vez mais frequentes quanto mais ela se medicava e acabando por fazer com que ela sofresse duas paradas cardíacas. Depois de viver esse pesadelo e sofrer com as sequelas até hoje, a jovem diz estar mais conscientizada quanto à necessidade de consulta médica para o uso de qualquer tipo de medicamento. Ao observarmos o que Isabela passou, fica claro que só é necessário que você tome um remédio, aparentemente inofensivo, por conta própria apenas uma vez para que sua vida seja ameaçada, e muitos, infelizmente, não terão a mesma sorte da jovem.
Celular sobre uma superfície clara mostrando a aba de alarmes com sete horários programados entre 6h e 7h30 da manhã. Seis alarmes estão ativados, e apenas o das 7h30...